A ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) divulgou no início de setembro, a nova edição do Termômetro da Indústria de Materiais de Construção, com dados que destacam as perspectivas do setor sobre o desempenho, a utilização de capacidade instalada, e as intenções de investimento para os próximos meses.
A pesquisa de opinião realizada com as lideranças do setor indica que as empresas associadas acreditam no bom desempenho em agosto. Para 38% dos associados da ABRAMAT, o mês apresentará resultado positivo e apenas 14% apontam o período como ruim.
Para setembro, a expectativa é que haja aumento no otimismo moderado com 57% das empresas associadas estimando resultado bom e 38% desempenho regular. A pesquisa também apresenta os dados consolidados de julho de 2023, indicando que o mês teve resultado regular no setor.
Para 57%, o sétimo mês do ano trouxe resultados regulares, para 19% bom e para 14% ruim. O Termômetro da ABRAMAT também traz informações sobre o nível de utilização da capacidade instalada da indústria de materiais.
Em agosto, a utilização da capacidade industrial foi de 69% na média das empresas associadas, apresentando aumento de 1 ponto percentual em relação ao mês anterior (julho) e 5 pontos percentuais a menos do que em agosto de 2022.
Pretensão de investimento deve aumentar
As pretensões de investimento em agosto de 2023 apresentam crescimento com elevação de 6 pontos percentuais em relação ao mês anterior, refletindo otimismo em relação a retomada dos investimentos projetados para este ano.
62% das indústrias de materiais indicando que devem investir nos próximos 12 meses, seja para o aumento da capacidade produtiva, seja na modernização dos meios de produção. Em agosto do ano passado este indicador era de 74%.
Para Rodrigo Navarro, presidente da ABRAMAT, o crescimento do otimismo no setor pode ser atribuído a múltiplos fatores. “São aspectos como a reforma tributária, aprovada na Câmara, o início de redução da Selic pelo Banco Central, o recente anúncio dos investimentos do PAC, a efetivação do Minha Casa Minha Vida, e a retomada da Estratégia Nacional do BIM (Building Information Modelling) que contribuem para uma perspectiva mais favorável ao crescimento e à expansão, fomentando expectativas positivas para o futuro da indústria”.
Percepção da Juntos
Com base no compilado de informações do nosso termômetro interno, os principais indicadores de indústria e varejo concordam que tivemos um primeiro semestre com performance mais baixa, em comparação com os anos de 2021 e 2022.
Olhando para o histórico, o setor de construção civil vem se recuperando gradualmente desde a crise de 2016. Sendo assim, podemos afirmar, que o ano de 2023 vem mostrando leve queda em comparação a 2022, em um cenário econômico de menor estímulo ao investimento.
Contudo, o segundo semestre de 2023 deve ser mais forte e, provavelmente, o ano de 2024 começará a refletir de uma política econômica de maior estímulo à indústria, comércio e construção civil à medida que a taxa SELIC continue com tendência de baixa.